foto:divulgação: Ferrari |
A Ferrari confirmou oficialmente o lançamento do seu primeiro carro totalmente elétrico para 2026. O modelo, que por enquanto é chamado de Ferrari Elettrica., promete unir a tradição da marca de Maranello com a tecnologia do futuro, entregando potência acima de 1.000 cavalos e quatro motores elétricos, um em cada roda.
De acordo com informações divulgadas por portais especializados como Quatro Rodas, Motor1 e InsideEVs, o novo superesportivo será montado sobre uma plataforma inédita, desenvolvida exclusivamente para veículos elétricos. A bateria de 122 kWh servirá como parte estrutural do chassi, ajudando na rigidez e na distribuição de peso — cerca de 47% na dianteira e 53% na traseira. A Ferrari promete desempenho digno de um puro-sangue italiano: aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 2,5 segundos e velocidade máxima próxima de 310 km/h. A tração será integral, com possibilidade de desligar os motores dianteiros para priorizar a condução esportiva com tração traseira, característica clássica dos modelos da marca. Outro ponto importante é a autonomia: estimada em 530 km com uma carga completa, graças à arquitetura elétrica de 800 volts, que permite recargas mais rápidas e melhor eficiência. Apesar de o nome “Elétrica” ainda ser provisório, o modelo já marca uma mudança histórica para a Ferrari, que até então evitava entrar de vez no segmento elétrico. Segundo a própria montadora, a ideia é preservar o “som e a emoção” típicos da Ferrari, utilizando sensores de vibração e sistemas de áudio internos para recriar a sensação de motor tradicional. O primeiro protótipo “pronto para produção” já foi mostrado internamente na Itália, e a apresentação oficial ao público está prevista para o primeiro semestre de 2026. A Ferrari também confirmou que pretende eletrificar 20% da sua linha até 2030, mas sem abandonar de vez os motores a combustão, que continuarão equipando versões híbridas e modelos de pista. Com o anúncio, a marca italiana entra de vez na disputa com rivais como Porsche e McLaren, que já desenvolvem supercarros elétricos. O que se espera agora é se a Ferrari conseguirá manter o mesmo DNA esportivo e emocional que a consagrou nos últimos 75 anos — agora, sem emitir uma gota de gasolina. O condutor poderá escolher entre três modos de condução: Range, Tour e Performance. Além disso, o sistema Torque Shift Engagement oferecerá cinco níveis selecionáveis de potência e torque, com acionamento por comando do lado direito, enquanto outro comando à esquerda ajustará a intensidade da frenagem. O modelo será ainda o primeiro veículo da Ferrari equipado com subchassi traseiro separado, projetado para reduzir a vibração e o ruído na cabine. |
A bateria será integrada ao assoalho, rebaixando o centro de gravidade em 80 mm na comparação com um modelo de combustão equivalente. A capacidade será de 122 kWh, com densidade energética de 195 Wh/kg — a Ferrari afirma ser a mais alta entre os veículos elétricos de produção. O conjunto também terá um sistema de resfriamento avançado capaz de suportar carregamento ultrarrápido de até 350 kW. A autonomia ultrapassará os 530 km, segundo previsões da própria marca.
Outro detalhe interessante diz respeito ao ruído adicionado ao conjunto para camuflar o silêncio inerente ao funcionamento dos motores elétricos. Em outras montadoras, esportivos do tipo contam com sistemas artificiais que pouco empolgam fãs de supercarros. No caso da Ferrari, haverá um sensor realista montado no inversor e capaz de detectar as vibrações mecânicas do trem de força.
Os sons captados serão amplificados para criar o que a empresa descreve como "um timbre natural e evolutivo que reflete a forma como o carro está sendo conduzido". Resta saber como será o resultado na prática, ainda mais levando em conta a inevitável comparação com o ronco característico gerado pelos carros a combustão da marca.
Ferrari mais pesada já produzida
Outra informação já confirmada é o peso. A Elettrica terá cerca de 2.300 kg e será a Ferrari mais pesada já construída. A carroceria e o chassi serão confeccionados com 75% de alumínio reciclado e a distância entre-eixos será de 2,96 metros — o que indica balanços curtos e uma posição de dirigir próxima às rodas dianteiras. A suspensão ativa será semelhante ao esquema usado por Purosangue e F80, enquanto os pneus serão de cinco tipos (especialmente desenvolvidos por três fornecedores).
O design vem sendo guardado a sete chaves e, até o momento, protótipos têm circulado apenas com carrocerias tipo mula. De todo modo, espera-se que o modelo final misture elementos de crossover, hatchback e GT. Toda produção será concentrada em Maranello, na Itália, na nova fábrica construída pela marca especificamente para modelos elétricos. O lançamento oficial será na primeira metade de 2026.