O Sistema de Consórcios movimentou R$ 467 bilhões em negócios entre janeiro e novembro de 2025, segundo levantamento da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Embora o valor inclua todos os setores atendidos pela modalidade, os dados mostram que carros, motos e caminhões foram os principais responsáveis por esse desempenho.
Nos onze primeiros meses do ano, os segmentos automotivos responderam por quase 70% das cotas vendidas no país e concentraram mais de 74% dos participantes ativos do sistema, consolidando o consórcio como uma das principais formas de acesso à mobilidade em um cenário de juros elevados e crédito mais restrito.
Os veículos leves lideram com folga a modalidade. De acordo com a ABAC, o segmento representa 41,6% de todos os consorciados ativos no Brasil e somou 1,78 milhão de cotas vendidas entre janeiro e novembro.
A presença crescente do consórcio acompanha a dificuldade de financiamento no mercado tradicional, com entradas mais altas e parcelas pressionadas pelos juros. Para muitos consumidores, o modelo virou alternativa viável para trocar ou adquirir o carro de forma planejada.
Um a cada três carros vendidos passa pelo consórcio
A relevância do consórcio já aparece claramente nas estatísticas do mercado. Nos onze primeiros meses de 2025, a modalidade esteve potencialmente ligada à compra de cerca de um a cada três veículos leves vendidos no país.
Esse avanço ocorre mesmo com a desaceleração do consumo em alguns períodos do ano, reforçando o papel do consórcio como ferramenta de planejamento financeiro e não apenas como substituto do financiamento.
Motos ganham força entre trabalhadores e uso diário
No segmento de duas rodas, o consórcio também tem participação expressiva. As motocicletas representam 25,5% dos participantes ativos do sistema, com 1,32 milhão de cotas comercializadas no acumulado do ano.
Segundo a ABAC, as contemplações indicam que aproximadamente uma a cada três motos vendidas no mercado interno em 2025 teve relação direta ou indireta com consórcio, cenário comum entre trabalhadores que usam a moto como principal meio de transporte ou fonte de renda.
Caminhões mantêm papel estratégico no setor
Os veículos pesados enfrentaram retração nas vendas de cotas em 2025, refletindo a desaceleração do mercado de caminhões. Ainda assim, o consórcio segue relevante para o segmento.
De acordo com a ABAC, a modalidade esteve presente em cerca de uma a cada quatro vendas de caminhões no país, especialmente em operações ligadas ao agronegócio e ao transporte de cargas, onde o planejamento financeiro é decisivo para renovação de frota.
Alta no tíquete acompanha preço dos veículos
O tíquete médio do consórcio em novembro chegou a R$ 101,7 mil, crescimento de 6,4% em relação ao mesmo mês de 2024. A alta acompanha a valorização dos veículos novos e usados no mercado brasileiro.
Ainda assim, o consórcio segue atraente por não ter juros e permitir melhor previsibilidade no orçamento, característica valorizada em momentos de incerteza econômica.
Planejamento financeiro explica avanço do setor
Para a ABAC, o crescimento do consórcio automotivo em 2025 reflete um consumidor mais cauteloso, que evita endividamento caro e busca alternativas para manter ou ampliar sua mobilidade.
Com participação dominante dentro do sistema e presença crescente nas vendas de carros, motos e caminhões, o consórcio se consolida como um dos principais pilares do mercado automotivo brasileiro.
