Fabricante alemã sofre com queda na demanda na China e tarifas impostas pelos Estados Unidos; novo CEO assume em 2026
O logotipo da montadora alemã Porsche AG é visto antes da coletiva de imprensa anual da empresa em Stuttgart, Alemanha, em 17 de março de 2017 - Crédito: REUTERS/Lukas Barth/Foto de arquivo
A Porsche vive um dos momentos mais delicados de sua história recente. A fabricante de esportivos de luxo registrou prejuízo operacional de US$ 1,1 bilhão (967 milhões de euros) no terceiro trimestre deste ano, revertendo o lucro de quase o mesmo valor obtido no mesmo período de 2024.
O resultado ficou bem abaixo das expectativas do mercado. Analistas consultados pela Visible Alpha previam perdas de cerca de 611 milhões de euros. Segundo o CFO da marca, Jochen Breckner, 2025 deverá marcar “o fundo do poço” antes de uma esperada recuperação a partir de 2026.
“Soluções em larga escala serão necessárias nas negociações de reestruturação com os representantes trabalhistas”, destacou Breckner, indicando que a empresa prepara ajustes profundos.
Crise e transição de liderança
Além dos prejuízos, a Porsche também passa por mudanças no alto comando. O atual presidente-executivo, Oliver Blume, que acumula o cargo de CEO do Grupo Volkswagen, deixará o comando da Porsche em 2026. O escolhido para substituí-lo é Michael Leiters, ex-chefe da McLaren.
Leiters assumirá em meio a uma crise que atinge em cheio o setor automotivo europeu, pressionado pela queda na demanda na China e pelas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, que vêm encarecendo a produção e reduzindo as margens de lucro das montadoras.
Desafios pela frente
A fabricante também enfrenta atrasos em seu ambicioso plano de eletrificação, anunciado no mês passado, o que agravou a percepção negativa dos investidores. Apesar disso, o grupo aposta que a reestruturação e os novos modelos elétricos que chegam a partir de 2026 serão decisivos para retomar o crescimento e restaurar a rentabilidade.