A Renault tem investido em preservar sua própria história no Brasil. Prova disso é o Memorial Renault, espaço instalado dentro do Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), que reúne modelos icônicos e materiais históricos da marca francesa.
A trajetória da Renault no país começou no início dos anos 1990, quando a importação dos veículos era feita pela Caoa. Entre 1995 e 1996, a montadora assumiu oficialmente as operações no Brasil. Pouco depois, em 1998, foi inaugurada a fábrica no Paraná, hoje responsável pela produção de praticamente toda a linha nacional — do Kwid à Master, com exceção dos modelos elétricos.
Acervo celebra 25 anos de produção nacional
Criado para marcar os 25 anos de produção no Brasil, o Memorial Renault reúne veículos emblemáticos, documentos históricos e conteúdos exibidos em painéis e totens interativos. Nem todo o acervo da marca está exposto no local, mas o conjunto apresentado já dá uma boa dimensão da importância da Renault no mercado brasileiro.
Entre os destaques está a réplica do Voiturette, primeiro carro criado por Louis Renault em 1898, famosa pela transmissão de três marchas. Também chama atenção o Willys Gordini, produzido no Brasil sob licença da Renault, fruto da parceria com a Willys-Overland.
Do passado ao futuro da marca
O memorial abriga ainda a primeira Renault Scénic fabricada no Brasil, que passou toda sua vida dentro da fábrica, além de uma das primeiras unidades do Kwid, versão Intense de 2017, preservada com assinaturas da equipe envolvida no projeto.
O espaço também apresenta símbolos da nova fase da montadora, como o Megane E-Tech elétrico e um Kardian pré-série, antecipando os próximos passos da Renault no país.
Raridades e automobilismo
O acervo vai além dos modelos de rua. Estão preservados veículos como o Interlagos conversível (versão nacional do Alpine A108), o Fluence de competição que disputou o Campeonato Brasileiro de Marcas, além de conceitos como o Oroch Concept e o Duster Extreme, exibidos em salões do automóvel.
Entre as joias mais raras estão o Clio V6, nunca vendido no Brasil, com motor central-traseiro, o lendário 4CV, conhecido como “Rabo Quente”, e um Megane R.S. 2013, famoso pelo alto desempenho.
Última unidade do Sandero R.S.
Uma das peças mais valiosas do acervo é o Sandero R.S. Finale 100/100, última unidade da série numerada, mantida zero-quilômetro. Para completar, o memorial também guarda um carro de Fórmula 1 da Renault Sport, da temporada 2010.
Mais do que um museu, o Memorial Renault funciona como um registro vivo da história da marca no Brasil, ligando tradição, indústria e automobilismo — do jeito que sempre foi feito.