O Nissan Kait 2026 lembra o Chevrolet Opala 1980 porque ambos seguem a mesma velha receita da indústria: pegar um carro já pronto, sólido, confiável e conhecido, e dar uma cara totalmente nova, mudando principalmente frente, traseira e acabamento, mas mantendo a base estrutural, portas, colunas, entre-eixos e boa parte da mecânica.
É exatamente isso que o Opala fez em 1980: por fora parecia um carro reestilizado do zero — faróis, lanternas, grade, interiores mais modernos — mas o “esqueleto” era o mesmo lá dos anos 60.
O que eles têm em comum?
Tudo gira em torno do mesmo truque clássico:
1. Mesma plataforma, roupa nova
– Kait: ex-Kicks Play com novo desenho.
– Opala 1980: visual renovado, mas o corpo era o mesmo do modelo 69.
2. Economia para a montadora
Você mantém peças, reparos, ferramental, logística, rede de concessionárias… tudo já dominado.
É receita antiga e infalível — Renault/Dauphine/Gordini, Corcel/Corcel II, Chevette, Ka, Palio… só seguiram o manual.
3. Produto “maduro” e confiável
O consumidor já conhece o carro, então a aceitação costuma ser mais fácil.
4. A sensação de carro novo sem ser novo de verdade
É o famoso: “parece outro, mas não é”.
O brasileiro já viu isso um milhão de vezes, mas funciona até hoje.
E aí entra o pulo do gato:
A única diferença é que a Nissan mudou o nome. Se chamasse “Kicks Classic”, “Kicks Legacy” ou “Novo Kicks (só que não)” ia pegar super mal.
Com “Kait”, a marca dá cara de novidade total — mas quem entende de carro percebe na hora o DNA do velho Kicks.